CONTRIBUIÇÃO AO CONHECIMENTO DA FENOLOGIA REPRODUTIVA DE PASSIFLORA CUPREA L. E PASSIFLORA SUBEROSA L. (PASSIFLORACEAE) EM FLORESTA LITOR NEA DE SOLO ARENOSO DA PENÍNSULA DE VARADERO, CIDADE DE MATANZAS, CUBA
DOI:
https://doi.org/10.24119/6hs58v04Palavras-chave:
Fenologia, Passifloraceae, CubaResumo
Fenologia é o estudo das fases ou atividades do ciclo de vida de plantas ou animais e sua ocorrência temporal ao longo do ano, contribuindo para o entendimento dos padrões reprodutivos e vegetativos de plantas e animais que delas dependem. A família Passifloraceae compreende, aproximadamente, 18 gêneros e 700 espécies com ampla distribuição, desde regiões de clima tropical até temperado quente, sendo o gênero Passiflora L. o mais representativo, com mais de 400 espécies. Em Cuba, a família está representada por 22 espécies pertencentes à esse mesmo gênero, sendo sete espécies endêmicas (exclusivas) do país. Este trabalho tem como objetivo apresentar dados sobre a floração e a frutificação de Passiflora cuprea L. e P. suberosa L., duas espécies de Passifloraceae nativas da flora de Cuba. O estudo foi realizado em uma área de floresta litorânea de solo arenoso, em bom estado de conservação, localizada na estância balneária de Varadero, uma península localizada na Cidade de Matanzas, distanciada a 130 quilômetros de Havana, capital do país. Realizou-se um registro fotográfico das espécies de Passiflora em floração e frutificação, sem que houvesse coleta de material biológico. As incursões à vegetação local foram realizadas no período de 18 a 30 de janeiro de 2018. Neste período foram identificadas duas espécies de Passiflora na área estudada: Passiflora cuprea e P. suberosa. Ambas exibiam, simultaneamente, os episódios fenológicos de floração e de frutificação, com desenvolvimento de frutos em diferentes estágios de maturação. Nas duas espécies as flores e frutos são apresentados de forma isolada ao longo do ramo vegetativo. Passiflora cuprea possui flores vináceas, com até 7cm de diâmetro, enquanto que P. suberosa possui flores verdes e diminutas. Embora não tenha sido verificada a ocorrência de visitantes e polinizadores, a literatura indica que as flores de Passiflora cuprea são atrativas para borboletas, os possíveis polinizadores da espécie na localidade estudada, enquanto que as flores de P. suberosa são polinizadas por abelhas e vespas de pequeno porte. Os frutos das duas espécies são ovoides, vináceos em P. cuprea e verdes em P. suberosa. Não foi registrada ocorrência de frugívos ou potenciais dispersores.
Referências
Arozarena, D.C. Clave de identificación de las especies de Passiflora (Passifloraceae) en Cuba. Revista del Jardín Botánico Nacional 32-33: 19-23. 2012.
Cervi, A.C. Passifloraceae do Brasil. Estudo do gênero Passiflora L., subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92. 2006.
Duharte, M. E. Aportes a la revisión del género Passiflora L. en Cuba. Tesis em opción al grado científico de Candidato a Doctor en Ciencias Biológicas, Facultad de Biología Farmacia, Universidad de Oriente. 1988.
Fournier, L.A. Un método cuantitativo para la medición de características fenológicas en árbores. Turrialba 24 (4): 422-423. 1974.
Fournier, L.A. El dendrofenograma, una representación gráfica del comportamiento de los árbores. Turrialba 26: 96-97. 1976.
Fourinier, L.A.; Charpantier, C. El tamaño de la muestra y la frequencia e las observaciones en el estuio de las características fenológicas de los árboles tropicales. Turrialba 25: 45-48. 1975.
Judd, W.S.; Campbell, C.S.; Kellog, E.A. & Stevens, P.F. Plant Systematics: A Phylogenetic Approach. Sinauer Associates, Inc. Sunderland, Masachusetts, USA, XVI + 464pp. 1999.
Killip, E.P. The American Species of Passifloraceae. Field Museum of Natural History, Botanical Series 19: 1-613. 1938.
Larcher, W. Ecofisiologia vegetal. São Paulo: EPU, 1986.
León, A. Flora de Cuba. 3. Dicotiledóneas: Malpighiaceae a Myrtaceae. Cont. Ocas. Mus. Hist. Nat. Colegio “De la Salle”. 13. La Habana. 1953.
Longo, J.M. & Fischer, E. Efeito da taxa de secreção de néctar sobre a polinização e a produção de sementes em flores de Passiflora speciosa Gardn. (Passifloraceae) no Pantanal. Revista Brasileira de Botânica 29(3): 481-488. 2006.
Mariot, A.; Mantovanii, A.; Reis, M.S. Uso e conservação de Piper cernuum Vell. (Piperaceae) na Mata Atlântica: I. Fenologia reprodutiva e dispersão de sementes. Revista Brasileira de Plantas Medicinais 5(2): 1-10. 2003.
Mittermeier, R.A., Myers, N. & C.G. Mittermeier. Hotspots: Earth´s biologically richest and most endangered terrestrial ecoregions. Mexico City, mexico: Cemex Conservation International. 1999.
Morellato, L. P. C. As estações do ano na floresta. In:Leitão Filho, H.F. & Morellato, L.P.C. (Orgs.). Ecologia e preservação de uma floresta tropical urbana: Reserva de Santa Genebra. Campinas: UNICAMP. 1995.
Ocampo, J. & Eeckenbrugge, G.C. Morphological caracterization in the genus Passiflora L.: approach to understanding its complex variability, Pant Systematics and Evolution 303(4): 531-558. 2017.
Quave, C. L. Innovative strategies for teaching in the plant Sciences. Ed. Springer. 2014.
Sazima, M. & Sazima, I. Bat-pollination of the passion flower, Passiflora mucronata, in southeastern Brazil. Biotropica 10:100-109. 1978.
Sazima, I. & Sazima, M. Mamangavas e irapuãs (Hymenoptera, Apoidea): visitas, interações e consequências para a polinização do maracujá (Passifloraceae). Revista Brasileira de Biologia 33:109-118. 1989.
Vales, M.; Alvarez, A.; Montes, L. & A. Avila. Estudio Nacional sobre la Diversidad Biológica en la República de Cuba. PNUMA, CenBio, IES, AMA.1998.
Weather Spark. In: https://weatherspark.com/y/17554/Average-Weather-in-Varadero-Cuba-Year-Round, 2018.